Estou a me sentir abalaiado
Da forma dum balaio
Pareço um bem cheio
Com a minha barriga de pneu de fênêmê
Outra coisa não quis fazer
A não ser abalaiar o corpo de pau velho
De tão cheio pesado
Meu andar abalançado
Aluído ao meu cansaço
À fadiga do caminho
À fraqueza por exercício demasiado
Da doença que é de me arrastar
Sacudido pelas banhas
Meu balançado não é estimado
Nada tenho de ousado
Muito menos de atrevido
Sou só um abalançamento equilibrado
Para não cair
Na hora de me locomover
Abalaustrado de tristeza
Ornado de balaústre de vergonha
Verdadeira forma de bolo fofo
Causa-me abalaustramento de solidão
Operação de tentar
Esconder o choro o pranto
Lágrima do desencanto é infrutífera
Guarnecido abalaustrável
De medo de morrer
Não ter quem queira
Carregar ataúde tão pesado
O jeito é abaldear para um guindaste
Transferir dum veículo comum
Para uma empilhadeira
Que carrega containers
Todo mundo vai querer baldear
Ninguém está aí para carroça
Ou burro de carga a carregar
Peso morto nas costas
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