Moço tenho doze anos
Minha irmã tem quatorze
A outra menina quinze
Não comemos nada hoje ainda
Come a gente e dá um pedaço de pão
Se o senhor não me quiser
Come a minha irmã
Ou escolhes a outra menina
Nós somos aqui do Brasil
Do estado de Minas Gerais
Somos vítimas do neoliberalismo
Sobras da burguesia
Restos da elite
De manhã passamos fome
À tarde à noite também
Nossos pais não têm dinheiro
Não podemos comprar roupas
Nem ir aos shoppings
Não podemos passear,
Então nos entregamos
Por cinco reais um pedaço de pão
Moço nós somos só crianças
Porém a sociedade injusta
Já nos transformou em mulheres
O capitalismo já nos destruiu
Não temos perspectivas de vida
Somos o futuro do Brasil
Não temos futuro
Temos só a herança maldita
Das doenças dos vícios
Da prostituição infantil
Da morte precoce que nos espera
Nem chorar iguais crianças sabemos
Nem fazemos ninguém chorar por nós
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