quinta-feira, 3 de maio de 2018

Ao construir minha casa; BH, 0160901999; Publicado: BH, 0210402012.

Ao construir minha casa
Sobre o assoreamento
Acúmulo de terras em consequência
De enchentes das chuvas
Sobras de outras construções
Fui néscio na ação ao assorear
Causar desgosto a obstruir
Àqueles que queriam me avisar
Que quando o vento fosse assoviar
A casa não iria aguentar
Quando a ventania veio assobiar
Senti soprar o assovio me gelar
Assobio que a assuada fazia
Com a água que vinha a rolar
Numa arruaça de só de se ver
Derrubou com balbúrdia
Como promovida por baderneiros
De gritaria de vaias apupos
Algazarra de lobos famintos
Reunião de vários tiros de escopeta
Paredes telhados varandas
O entulho todo a me assuar
A vaiar com intrepidez
Provocar em mim indignação
Por tamanha ignorância
Teimosia de burrice
Tive que assumir de público
Tomar para mim a responsabilidade
De construir na areia é
Sair do exercício fugir
Não tomei mais conta
De cargo ou função
Meti os pés pelas mãos
Assustado chorei de vergonha
Não tive mais assunto para explicar,
A matéria do tema,
Que esta obra ia tratar

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