Vou morrer de acoria
A fome canina compulsiva
Com grande desejo extremo
De comer ou beber
Sei que não tem cura
Algo que não me deixa ver
Tipo de defeito visual
Que parece que consiste
Na falta de íris
Impede que olhe
Para mim mesmo
Minha imagem disforme
Perdi meu amor-próprio
Com auto-estima rebaixada
Moral desvalorizada
A acória me cega sem compaixão
Os fantasmas que vejo
As nuvens sombrias que passam
São todos reflexos
Do meu próprio espectro
Uma faixa luminosa determinada
Por um feixe de luz
Que atravessa um prisma de cristal
Ou uma rede de difração
Para na opacidade
A cobertura de chumbo do meu coração
Imagem fantástica de pessoa morta
Que se obtém quando a luz
Não é proveniente do Sol
Vou morrer de acrenia
Pois não tive sabedoria
Para sair da letargia
É burrice mesmo
Falta de crânio
Não sobreviver por desânimo
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