segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Monólogo dum dom bêbado; BH, 040602004; Publicado: BH, 0110602010.

Quero me embebedar sou um
Homem fracassado quero me
Embebedar pague uma cachaça
Para mim uma vodca ou um gim
Pois nem homem sou sou só um 
Fracassado pague um veneno 
Para mim estricnina absinto o
Racumin pois sou um rato d
Pior esgoto do mórbido jardim
Nenhuma mulher deseja provar
Do meu capim sou um índio
Que precisa de muito cauim
Papoula ou pasta de marfim
Para morrer preso nas masmorras
De mármores indiferente sem
O privilégio dos entes que foram
Libertados das montanhas rochosas de
Pedras pelos gênios do latim nem
A liberdade dos prisioneiros que
Conseguiram se verem livres das cavernas
Das correntes percalços afins
Quero me embebedar pague uma
Bebida para mim pode ser água
Fervendo ou fogo fátuo de gases
Putrefatos dos cadáveres insepultos
Dos densos confins pague um chumbo
Derretido um néctar de flor fóssil ou
Um pólen desprezado pela abelha operária
Seja qualquer coisa assim que me faça embriagar 
Esquecer de mim dormir desmaiar morrer amanhã 
Não quero nascer apague essa luz negra para mim

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