quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Quando será que poderei falar; NL, 0110402008; Publicado: BH, 080502010.

Quando será que poderei falar
Com intuição dizer com convicção
Sou um poeta ou exclamar com toda
Empolgação enfim sou um poeta
Mas por outro lado como fazer poesias pois se sei
Que de manhã encontrarei inúmeros
Seres humanos a dormir nas calçadas debaixo dos viadutos ou
Das marquises? é aí que aparece toda a minha
Incompetência é aí que sinto toda a minha
Ineficiência demonstro toda inércia sei
Que minha poesia não tirará ninguém
Das ruas nem dará um lar a alguém sei
Que um poema não vale a pena para quem não
Tem casa tem fome tem sede mas mesmo
Assim para não pensar em mim nem ser
Por ambição apesar de toda desigualdade entre
Os seres humanos gostaria de saber quando será
Que poderei registrar o epiteto de poeta?
Quando terei a alcunha de algo que faça
Referência a um ser de qualidade? pois
Um poeta sem qualidade também não tem
Significado sentido direção
Quando será que serei necessário útil neste
Infinito universo de versadores de prosadores
De bardos? quando será que terei autonomia
A sensação de ser um homem livre que vive em
Liberdade que exerce de fato a soberania a
Cidadania? continuo a ver mendigos pelas
Ruas a indiferença da elite a insensatez da
Burguesia a obtusidade do rico a estupidez
Da classe política continuo a ver a cegueira do
Povo porque que teimo em ser poeta se 
Não sei nem ser ou existir faço o uso fruto
Da irresponsabilidade? sou irresponsável aos
Extremos do limite extrapolo o senso da paciência
Não abrigo em meu coração um único fator
Que exale gratidão não tenho o direito de
Querer ser um aedo com lucidez de poeta

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