sábado, 9 de março de 2019

Continuo no limite total da irresponsabilidade; BH, 01201102002; Publicado: BH, 02301202010.

Continuo no limite total da irresponsabilidade
É impossível continuar a viver assim mas
Comigo a coisa não muda pois não mudo
O papo é a mesma cousa velha de sempre a
Depressão o medo a covardia continuo 
Doente insano decrépito com a ânsia a 
Angústia sigo trôpego roto rústico tal a um 
Cipreste num outeiro rupestre ou um musgo
Numa hedra ou uma tundra lodo verde
Sobre a lama podre alma pobre espírito 
Paupérrimo juro de novo prometo já para 
Saber que será em vão que amanhã 
Continuarei a apanhar ilimitado com o 
Mesmo no limite ou sem dentro do meu 
Coração aflito o hálito de cadáver 
Apodrecido de caveira de defunto velho
A língua com uma ferida aberta ou uma 
Fratura exposta o pulmão com ar tão 
Rarefeito que o peito murchou não sinto o 
Outro pulmão muito menos o bater do 
Coração na testa está escrito morri na 
Certa não consigo ler mas os que me vêem
Leem para mim creio que deve está escrito 
Assim rapaz para ponha um basta ao entrar
No limite total da irresponsabilidade ilimitada

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