terça-feira, 26 de março de 2019

Mário Quintana, A tempestade Noturna; BH, 0310102011.

Noite alta,
Na soçobrante Nau exposta aos quatro ventos,
Em pleno céu sulcado de relâmpagos,
Os marinheiros mortos trovejam palavrões.

Ó velhos marinheiros meus avós...
Para eles ainda não terminou a espantosa
Era dos descobrimentos!

Santa Bárbara
E São Jerônimo,
Transidos de divino amor,
Escutam suas pragas como orações.

Quando eu acordar amanhã, livre e liberto como uma asa
Vou rezar a São Jerônimo
Vou rezar a Santa Bárbara
Por este nosso fim de século - pobre Nau perdida no nevoeiro -
Que em vão busca o rumo

Das eternas, das mistériosas Américas ainda por descobrir!

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