Tira a faúla dos meus olhos que quero enxergar o mundo
E esta fagulha cega-me e não posso mais olhar e apaga
A centelha que caiu nas minhas pálpebras e a faísca
Feriu-me e impediu-me de ver e já não posso mais olhar
E tira pelo amor de Deus a faúlha dos meus olhos e já
Queimou-me as pestanas e os cílios e chamuscou as
Sobrancelhas e este argueiro atrapalha-me e é um arujo
Incômodo que não deixa-me abrir os olhos e enxergar
Um palmo além do horizonte do mar e quanto mais do
Meu nariz e não vejo mais a aruca e a planta da família
Das compostas e nem o arucuiana e o indígena da tribo
Dos Arucuianas dos limites do Brasil com a Guiana
Inglesa e sinto-me completamente cego e depois de tanta
Asneirola tantã tenho mesmo é que dar um tempo e
Poupar o leitor e se tiver algum ou ledor e chega de
Obscenidades e de frases equívocas e palavras indecentes
E que não têm sentido algum e nem mesmo um asnal ou o
Filho qualificativo do muar procedente do cavalo e burra e
O asneiro burriqueiro ou o tratador de asno é capaz de
Produzir tanta asneirada e tanta grande asneira e tanto
Disparate e quer ter leitor para e ledor de dislate e hoje o
Leitor não quer saber de asneirão e todo grande toleirão
Perde-se na asneirona e ninguém mais tem paciência com
Quem só sabe asneirar e dizer e fazer e escrever asneiras
E tenho que reconhecer que sou um asneirento sem cura e
Só sei asnear e mostrar-me presumido por pensar que sei
E que consigo escrever alguma coisa e quando tudo que
Escrevo não passa de asnaria de asnada da qual espero
Que ninguém nunca venha tomar conhecimento ou senão
Morreria de vergonha e sou sem pensar uma manada de
Récua de asnos e cair por terra justamente por não perder
O asnamento do conjunto de asnos nas construções e não
Tenho vigamento no meu teto e a gurra e as bandas em
Ângulo no escudo com vértice para a parte superior e
Falta-me a peça de madeira onde se apoia a viga-mestra e
Não sou a viga-mestra e vade retro satana Asmodeu e
Para atrás príncipe dos demônios e fora de mi satanás que
Aqui não arrumas nada e sou burro mas não sou louco e de
Tu só quero é a maior distância possível e posso até ser um
Asmo ou um ser ázimo e sem sabor e sem graça e insípido
E posso até ser sem gosto mas tenho amor e tenho temor a
Deus e o processo asmento não ataca-me pois não sofro de
Asma e quero aprender a empunhar a caneta esferográfica e
Agarrar uns papeis e preenchê-los da melhor maneira possível
E segurar uma ideia e tomar com a mão un ideal e não deixar
Asir e não deixar fluir entre os dedos se derem-me uma asinha
De anjo e depressa vou voar com brevidade e vou aprender
Sem demora e vou sair por aí azinha de tempo e espaço e
Deixar de ser asinário e tentar melhorar e perder o espírito
Asinal e evoluir como a asimina e a planta ornamental da
Família das anonáceas e escrever com asiatismo e com estilo
Pomposo e quase sempre difuso e abusar do asiaticismo e
Das palavras ou expressões procedentes dalgumas das
Línguas asiáticas e usar o conhecimento asiano e a sabedoria
Asiática e enquanto for tempo respirar e sair do asfixioso e
Da ignorância asfixiante que se abate sobre mim e do
Sofrimento asfixiador que não deixa-me viver e criar algo
Duradouro como o resistente que é coberto por resíduos
asfálticos que os séculos não exterminam e ser um asfaltador
Como o operário que aplica o asfalto a deixar eterna a obra
E tal a asfalogia e conjunto dos aspectos-médicos e trabalhistas
Do seguro-saúde no neologismo proposto pelo médico francês
L. Coppet em 1935 mas se não conseguir quero ser ascumado
E receber o golpe ou a pancada com a ascuma a pequena lança
Que se arrojava contra o inimigo e a ascuna ou a ascunha e
Qualquer uma serve para atingir-me e a que estiver mais próxima
Para acabar com a ascorosidade que acompanha-me e a
Ascosidade que até hoje não venci já que não conseguirei
Viver com tamanha asquerosidade e valha-me meu Deus do céu.
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