Nanau
Era um bom garoto
Lá dos morros
Do bairro da Tijuca
Pretinho tal qual carvão
Jogava futebol igual ao Pelé
Pois se destacava
Nas peladas de rua
Com o passar do tempo
Nanau entrou
Em outra diferente
Deu para fumar maconha
E a conduta mudou
Ficou viciado
E a maconha
Não o largou
E nem largou a maconha
Um dia foi preso
O pobre Nanau
E queiram imaginar
O que acontece
Com quem vai preso
E Nanau quase morreu
De tanto pau de arara
Choque elétrico
E outras barbaridades
Saiu da cadeia
Parecia uma taquara seca picada
E mesmo assim
Não abandonou o vício
Saiu pior do que entrou
E por várias vezes
Tornou a ser preso
E presa apanhou não
Foi massacrado
Porque a polícia não bate
A polícia massacra
Não brinca em serviço
E a última vez
Que ouvi falar
Do bom garoto Nanau
Tinha sido preso
Mais uma vez
Ao tentar se esconder
No interior dum colégio
E para levá-lo
Foi preciso muita pancada
E muito cacete
E levaram-no só de cuecas
As calças ficaram no colégio
Nanau
Era antes de tudo teimoso
Hoje é só mais um louco
A perambular nas ruas do bairro.
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