De dentro das catacumbas os esqueletos chacoalham os ossos
E as caveiras riem com seus dentes à mostra
Para o tempo cavernoso que envolve os
Fósseis e desenhos pinturas rabiscos de
Escritos rupestres que deixamos nas paredes
Sucateadas das carcaças das cavernas
Pre-históricas a os fantasmas ficam a pensar
Que ninguém mais é capaz de impregnar umas
Paredes rudes com coisas indecifráveis que
Chamarão a atenção do futuro e os ectoplasmas
Sabem que nada mais impressionará nada e
Todas as vidas e todas as mortes serão vazias
E não serão densas ou fortes ou compactas
Como um choque intergaláctico ou uma
Explosão no caos a revelar o fogo e tudo que
Se pensa impressionar é supérfluo e descartável
E sem impressão e faz-se algo hoje aqui e
O hoje não será aquele eterno de antigamente
E findará amanhã mesmo sem reverberação
Pelo tempo e o próprio tempo perdeu a
Dimensão e o pensamento perdeu a infinitude
E não transpomos mais as barreiras da mediocridade
E afogamos na medianidade e quem hoje
Olha no olhar de quem? e quem procura um
Olhar para espelhar o seu olhar? e todos
Fugimos dos olhares de todos e saio à luz do
Dia a procurar uma poesia e volto triste e de
Mãos vazias e ainda bem que chamou-me à
Atenção aquela borboletinha amarela no seu
Voo de sinuosidade de alegria para salvar meu dia.
BH, 0130602019; Publicado BH, 0250302022.
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