Há muito tempo que parei no tempo
Pois o tempo não está ao meu lado e
Não estou ao lado do tempo e mesmo
Depois que Marcel ensinou a buscar
O tempo perdido não me encontrei
Nos caminhos de Swan e vaguei perdido
Por outras estradas vicinais e outros
Portos e outros cais e por outros
Caminhos de atalhos e por outros
Tempos que me levaram aos alhos e
Bugalhos caralhos que merda é essa
De vida sem cerveja e como que um
Ser humano digno e nobre pode
Passar a vida sem tomar um belo dum
Porre de cerveja? os mentecaptos e
Energúmenos que habitam as moradas
Humanas precisam beber muito e
Jogo cerveja em cima dos meus e ficam
Embriagados e vão dormir e não
Fazem maus e nem incomodam uns
Aos outros e o problema é a quantidade
Que bebem e haja cifras e cifrões
Para sustentar seus vícios e quanto
Mais os sufoco e os afogo no álcool
Os filhos da puta mais querem beber e
Os mando às putas que os pariram e é
O mesmo que não se falasse nada e
Querem é nadar nas cervejas geladas e
Suspiram e soluçam e não me deixam
Em paz e têm mais sede por álcool do
Que a minha avó velhinha danada para
Gostar dumas e doutras e penso que a
Única coisa que herdei dos ancestrais e
Antepassados foi a sede insaciável da
Minha avó e os moradores das moradas
Cavernosas interiores vieram depois.
BH, 01201102019; Publicado BH, 0180402022.
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