A palavra é dita com a boca fechada
A palavra é proferida profética com a boca
Aberta a boca é de quem é a palavra é de
Quem é a letra é dita letra por letra a letra
É proferida profética vocabulário por
Vocabulário a letra é de quem é de todas as
Bocas faltantes falanges e mudas a boca é de
Quem é não interessa o dono de quem não é
Dono de nada nem César era dono de César
Vivia enganado a enganar todo mundo
Quando foi assassinado assinalado ficou
Surpreendido pela morte que usou o filho
Para fazer o corte o furo a boca que não
Proferiu nada só jorrou o rio de horror a
Boca falou indignação surpresa o inesperado
Do ato da boca que nada falou do punhal que
Só cortou furou e César tombou furado
No senado a boca da história cada uma conta
Uma letra cada uma conta uma palavra as
Palavras as letras não contam nada são
Palavras mortas de letras mortas de todos
Os mortos e o mundo é que acaba por dizer
Tudo no mundo do mundo daqueles que se
Silenciam em nome da covardia da injustiça
E dos frutos e das frutas podres que não caem
Dos pés mesmo após a passagem dos
Vendavais e dos temporais torrenciais.
BH, 0270202020; Publicado: BH, 0160502022.
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