Na idade velha que já atingi ao passar pela antiga onde nasci
E a média que esqueci e a moderna que não vivi
E a contemporânea na qual morri e essa idade velha
É a mais avançada e anosa do que a da pedra lascada
E não tenho a obrigação de pedir licença poética
Ou goética oculta ou escrever em metáfora ou eruditamente e
Dentro da linguagem ética ou culta ou antológica
Clássica e ainda mais quando saio para tomar umas e
Outras e volto ao lar para lá de Bagdá e é aí que não
Respeito nada mesmo e nem uso estilo e nem fina estampa
E nem porra nenhuma destilo no destino e estou a me
Sentir pior do que o Bosto e pior do que quem votou no tal
E pior ainda de quem tem que conviver com o dito
Rotineiramente ou trabalhar em companhia do coiso
Cotidianamente e deve ser a mais horrível experiência
De vida respirar o mesmo ar do inominável e seus apoiadores
E por mais que beba como se dizia no Rio de Janeiro
E por mais que tome uma porra dum porre atrás doutro
A ressaca fascista não passa e digo de coração que
Nunca pensei que o país fosse dar um passo assim tão
Longo para atrás em direção ao atraso e para o retrocesso
Sem sentido para o obscurantismo e fascismo e
Na idade na qual me encontro a única esperança é
Pelo menos me manter bêbado o resto dos dias finais.
BH, 0120402020; Publicado: BH, 01⁰0602022.
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