Quem fala nunca fala mais
E quem fala mais fala nunca
E há quem fala nunca mais
E mais nunca
E há os bons que dizem não
E que são os melhores
E nunca dizem sim
Pois quem diz sim
Não presta não
Nem nas bocas dos bons
E nem nas bocas dos ruins
E ainda sofrem com as más línguas
E com as boas línguas
E nunca satisfaz
Ou fica satisfeito
E só aleijado por dentro
E por dentro só defeito
E nada dá jeito
E não tem conserto
E não tem cura
E nunca sara
Ou cicatriza a rasura
E é uma ferida crônica
Ou incurável caricatura
Em carne viva
A sorrir para o infinito
O eterno sorriso da máscara mortuária
Que encobre a caveira
Do morto fossilizado
Sustentado na ostentação do esqueleto.
BH, 0220202021; Publicado: BH, 050702022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário