que maravilha maravilhado a escrever poemas
que nunca me deixam saci saciado a pular
insatisfeito numa pena só no leito de morte
com porte de maribondo moribundo na
imundície do catre na cela do quarto imundo
de velho com alma ainda do velho mundo busco
lápides para epitáfios em cemitérios
abandonados para registrar em cada campa
do morto desconhecido que indigente foi
enterrado negrinho do pastoreio em sepultura
de escravo deixo em todo aqui jaz um descanse
em paz sigo em frente com o trabalho de papa
defunto pregador de cruz em cabeceiras de
covas rasas ao relento recebo por pagamento
um poema de lamento uma elegia que finge ser
poesia agradeço o pão que não é de ló de cada
dia que o diabo amassou a fingir com maesria
que maravilhado com essa iludida maravilha
afasto o falso fausto mefistofelis do cão da
angústia da agonia a encenar alegria no fim do
dia subo sísifo morto as encostas das costas
da montanha com a pedra morta nas costas
BH, 01101002021; Publicado: BH, 0110802022.
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