silêncio no infinito do universo
o fim de semana foi agitado
mas o caô do caos foi serenado
e o fogo no cais abrandado
e agora na caverna reina a bonança
e o ambiente se apresenta
sorumbático
e com ar meditabundo
de mosteiro vagabundo
e albergue imundo
e a imundície impera nos átrios das crateras
e nos salões das naves
e nas cúpulas das cimeiras
todos resolveram dormir
mais um pouco para
dissimular o sofrimento
e esquecer em sonhos os pesadelos
que é o viver
e o vagar nos espaços dos vácuos
e só algum sonâmbulo solitário
ou algum saltimbanco
sem plateia
ou um resto de fiel
sem deus
ou um deus desconhecido
e que por azar ainda não angariou
nenhum fiel com sorte
e um lobo isolado da estepe
uiva para o eco dos cânions
onde o corvo fez
ninho na fenda mais inóspita
BH, 01101002021; Publicado: BH, 080902022.
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