mas sei o que é que está escrito nas
estrelas
e nas estrias das entranhas dos
universos
e nem sei o que dizer
ou o que
falar
mas sei o que dizem
e o que falam
os organismos
e os órgãos dos infinitos
e ouço os gritos dos mundos que são
engolidos pelos buracos negros
e assunto
o chiar do sol ao se espreguiçar
para
nascer
e bocejo à boca da noite igual a
minha filha
a bocejar para dormir
e nem
sei o que escuto
e nem sei o que ouço
ou
ausculto dos zumbidos
e dos zunidos
normais mas vibro em todas
as vibrações
celestiais
e os sussurros das fontes nos
escuros
e os murmúrios dos riachos
e dos
regatos a espantar os augúrios
e sorrio
para os rios como se fosse uma fonte
defronte dum monte
e não sei se são fiji
é que sou sarará ararat
e não sei se são
sião
é que sou ancião cafuzo cabloco
confuso
confúcio
e no cio criolo mulato
moreno pardo preto
e nem sei mais nada
que sou mas sou tudo
que sou
e até o
nada sou
e nado no barro branco
e na
argila
e na tabatinga
e tenho da caatinga
a catinga natural que
exala o vivo
e me
disfarço com a fragrância da flor do
meu
cadáver a se decompor
e num canto espanto
as moscas
e deixo as abelhas na minha
pele a captar o
pólen
e a sugar o néctar
e o leite e o que
mais querem do meu teor
BH, 0130602022; Publicado: BH, 0601202022.
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