Para assoberbar-me devo dizer
Que procuro a palavra chave
Procuro a pedra fundamental
A pedra filosofal perdida
Para encher-me de certeza
A serviço da verdade
A trabalho da realidade
Fazer-me jus de ser reconhecido
Como um homem real
Um ser supremo digno
De pertencer à raça humana
Soberbo da própria existência
Um assobiador tranquilo
Que vaga à tarde pelas ruas da cidade
A assobiar serenamente
Em calma sem preocupação
A tentar acompanhar o som agudo
Que o vento provoca ao passar
Por entre as fendas da natureza
Como se fosse pelos lábios comprimidos
Que tentam imitar o emitido pelas aves
Sem usar o pequeno instrumento de sopro
Procuro o assobio da vida
Emitir a entoar sem vaiar
O menino que assobia no campinho
A chamar passarinho ao assobiar
Para as matas das encostas
Sem apito de silvo artificial
Sibilo sintético
A cabeça cheia de sonho
Gaiola na mão
Arapuca armada no chão
Bichinho triste no alçapão
Solta ele solta
Não era isso que procurava
Ao vir atrás do teu assobio
Não era essa a resposta
As grades da prisão
Nenhum comentário:
Postar um comentário