sexta-feira, 22 de março de 2019

Cruz e Souza, Ah! Toda alma; BH, 0170102011.

Ah! Toda alma num cárcere anda presa
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo espaço da pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da dor do calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do mistério?!

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