Dói em mim o povo preferir idiotizar-se
Do que conscientizar-se ai dói em mim
Pois o povo prefere imbecilizar-se do
Que um dia mobilizar-se para mudar de
Rumo dói em mim faço parte do povo
Sei que também sou assim não gosto
De ler não gosto de cultura nem de
Escrever tenho preguiça de pensar
Tenho medo de imaginar covardia para
Criar a minha mediocridade é maior do
Que meu corpo a minha ignorância maior
Do que minh'alma tenho a brutalidade
Maior do que o ser ai dói em mim se quereis
Saber preciso dum estereoscópio
Instrumento que faz ver em relevo as
Imagens planas para enxergar além de mim
Preciso dum olhar estereoscópico para
Medir meu coração sólido só o estereômetro
Da Geometria todo o meu interior é sólido
Aí é aplicar o valor estereométrico a razão da
Esteriometria o cálculo do volume dos sólidos
Todo o âmago do interior do meu ser é sólido
Tem volume de rocha de elementos de
Simulacros de abstratos mas nada é firme
Dentro de mim pântano brejo areia movediça
Sombras trevas penumbras morro de fome
Por falta de estereoma o conjunto dos tecidos
Provenientes das modificações do estelo é que
Alimenta-me o estereológico acelera minha
Morte a estereologia estudo das partes sólidas
Dos seres vivos desencadeia meu esqueleto
Estereográfico dói em mim como doem meus
Dentes cariados que não são consolidados pelo
Estereodonte aparelho empregado pelos
Dentistas para consolidar os dentes mas como
Dói em mim este corpo deitado neste chão
Esteirado chão de barro seco coberto de esteira
Da sala do casebre da minha avó poeira pó por
Debaixo deste esteirão dói demais em mim
Esta esteira grande feita por este miserável
Esteireiro das letras furadas das palavras vagas
Destas esteiras literárias imprestáveis
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