Quero comer abiu
Até ficar com a boca pegajosa
Que nem a melhor manteiga
Vai tirar o visgo
Que ficar nos meus lábios
Quero procurar um jurista
Para uma abjudicação
É que quero abjudicar
Tirar judicialmente
Ao possuidor ilegítimo
Todas as árvores frutíferas
Que não lhe pertence
Ai daquele que disser
Aquela árvore é minha;
Acabou-se o direito de dono de árvore
Nem com abjuração
Nem se for um abjurador
Ou mesmo um abjurante
Abjurar de mãos erguidas
Renunciar à crença
Perder a doutrina
De destruidor de árvores
Não ter opinião
Desdizer o que foi dito
Retratar o abstrato
Não adianta o abjuratório
Vai ser tudo ilusório
Desde agora
Está impedida a ablação
De qualquer caule tronco ou ramo
Fora com o ato de arrancar
Cortar separar troncos
Na operação cirúrgica
Que retira do solo do corpo
Parte do que lhe é nociva ou não
É tirar então a mão
Nada de queimada
Deixemos em paz as florestas
Nada de madeireiras
Nada de serrarias
Nada de machados
Deixemos a flora onde está
Deixemos a fauna onde está
O mais insignificante capim
Vai ficar assim
Bem guardado dentro de mim
No seio do meu jardim
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