Quero o fruto do abicoeiro
O chicó abicote
Quero o abicoteiro
A árvore frutífera da família das guriferáceas
Quero uma abrideira
Que hoje é domingo
Vou-me embebedar
Uma bebida alcoólica
Para abrir o apetite
Quero um aperitivo
Um tira-gosto abridor
Pois carro sem roda não anda
Bêbado deitado não cai
Em casa o corno não manda
Cachaça sem tira-gosto não vai
Pegue as garrafas abrigadas
Nas prateleiras do armazém
Que agora o abrigador sou
Vou abrigar todas
Dentro da barriga
Resguardar do rigor do tempo
Proteger com carinho
Agasalhar no estômago
Tudo mais que puder
O abrigo agora é aqui
O amparo que precisam
Protegidas contra o vento
Chuva ou ataques aéreos
O asilo predileto da boa bebida
No quarto mês
Do ano civil gregoriano
No dia primeiro
O dia da mentira
Falar só a verdade
Abrilino de abril próprio de abril
Abrilhantar a mesa
Torná-la brilhante
Com brilho de brilhantismo
Realçar as iguarias
Começar os abrimentos
Abrir todas as garrafas
Desunir todos os pedaços
Desimpedir a mastigação
Desdobrar cavar nos pratos
Rasgar os nacos desabotoar as roupas
Dar início ao processo de inauguração gastronômica
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