terça-feira, 12 de março de 2019

Sérgio Sampaio, Meu amigo... um dia eu ouvi maravilhado; BH, 050102002.

Meu amigo...um dia eu ouvi maravilhado
No radinho do meu vizinho, seu
Roquezinho antigo, e foi como se alguma
Bomba houvesse explodido no ar e todo
O pavo brasileiro, nunca mais deixou
De cantar; e desde aquele instante,
Eu nunca mais parei de tentar
Mostrar meu blues pr'ocê cantar; foi
Inútil...eu juro que tentei compor
Uma canção de amor, mas tudo
Pareceu tão fútil, e agora esses detalhes
Já estão pequenos demais e até o nosso
Calhambeque, não te reconhece mais
Eu trouxe um novo blues com cheiro
De dez anos atrás e penso ouvir você
Cantar; mesmo que as mesmas portas
Estejam fechadas, eu pretendo entrar
Mesmo que minha mulher, depois de me
Escutar, ainda insista, que você não
Vai gostar; mesmo que o gerente, o
Assistente ou o inteligente, ainda não
Me queiram acreditar, vou fingir
Que tudo isso não é nada e que
Algum dia, em plena praça, eu posso
Te encontrar, blues tão rico...só que já
Não entende, que o meu pobre coração
Está ficando um tanto ou quanto
Aflito, pois deve estar pintando o tempo
Em que você começa a gravar, no seu
Próximo disco, eu queria tanto ouvi-lo
Cantar; eu não preciso de sucesso; eu
Só queria ouvi-lo cantar, meu pobre blues
E nada mais; é tão simples. (Sérgio Sampaio)

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