Vide aquele ali naquela árvore
Com uma ponta de corda bem
Amarrada em volta do pescoço a
Outra no galho mais alto da árvore
Sou o que já está preste a pular no vazio
Nas árvores as aves me ignoram no
Ar os pássaros voam sem mim para que
Levar esta vida assim? um pretensioso
Sem profissão um mau ladrão que
Se vendeu foi preterido pelo bom
Ladrão na hora da crucificação como
Quero atenção da natureza inconfidência
Do universo se não custo o valor pelo
Qual me vendi? como posso querer
Fidelidade de cobras serpentes víboras
Confraternização de répteis? não posso
Reclamar da conspiração se conspirei
Contra todos trai matilhas manadas
Rebanhos ofereci cicuta vinagre infel
Dei pedra a quem pediu pão areia
A quem queria farinha cimentei os
Terreiros asfaltei os quintais dizimei
A população que me fazia companhia aos
Domingos de solidão nem o calango me
Visita mais deserdei os pardais bem-te-vis
Sábias marias-pretas passo os dias a esperar
Não os vejo mais não tenho mais família
As formigas já não lavam meus pés sem
Festas de joaninhas abelhas borboletas até
De moscas mosquitos o que resta
Agora a fazer é apertar este nó cego
Em volta deste caroço que é o meu
Pescoço pular da fotografia sair da
Paisagem fugir da moldura do óleo
Sobre tela da escultura de qualquer
Obra de arte de qualquer obra-prima
Sem remorso por fim ao desastre
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