durante meus piores momentos
nos bancos de praça
nas cadeias
ou vivendo com
putas
eu sempre tive um certo bem-estar –
eu não chamaria de
felicidade –
era mais algo como um equilíbrio
interno
que se contentava com
o que quer que estivesse ocorrendo
e ajudava-me nas
fábricas
e quando os relacionamentos
não davam certo
com as
mulheres.
ajudou-me
através
das guerras e das
ressacas
as brigas em becos
os
hospitais.
acordar em um quarto barato
numa cidade estranha e
abrir as cortinas –
esse era o tipo mais louco de
contentamento.e andar pelo chão
até uma pia velha com um
espelho rachado –
ver a mim mesmo, feio,
com um sorriso largo diante de tudo aquilo.
o que mais importa é
quão bem você
caminha pelo
fogo.
Literatura e política. COLABORE, PIX: (31)988624141
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