Sonho ser índio novamente
E andar pelado pelo mato
E andar nu pelas florestas
Caminhar sem roupas nenhumas
Pois sonho ser doido
E delírio ser louco
E sem nada na cabeça
Vivo um ser maluco
Morro por ser tolo
Mas necessito ser livre
Andar descalço
Andar a pé
Pela cidade a fora
Sem dar satisfações
Sem dar autógrafos
Andar pelo mundo
Sem dinheiro no bolso
Sem dinheiro na cabeça
E sem pensar no que comer
Quero andar a voar
Num passeio pelo espaço
E sem me preocupar
E estar nas estrelas
Sentar nas estrelas
E estar em mim
Sem dever obediência a ninguém
E desejar amar
E desejar fazer amor
Em plena praça pública
Para mostrar ao povo
Que o amor é a coisa mais gostosa
É a coisa mais linda e mais pura
Que ainda existe
E nem a própria luz é mais pura
Que o amor
E o amor é como um alimento
Que satisfaz plenamente
E desejo andar pelado
E nu com a mulher do lado
Também nua e pelada
A mostrar a beleza de sua alma
A mostrar a beleza do seu espírito
Refletidos no seu corpo
E queremos ser índios novamente
E andaremos pelados
Pelas ruas da cidade
E andaremos nus
Pelos espaços.
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