segunda-feira, 7 de março de 2011

Alberto de Oliveira, As Borboletas; BH, 070302011

Nessas claras manhãs de firmamento escampo,
De ar mais puro e de sol mais livremente aberto,
Qual mais lindas, elas vêm, ora através do campo,
Ora em trêmulo enxame através do deserto,

Como ao vento esparzido um punhado de flores,
Buscar ao pé do rio as boninas singelas,
E, entrecruzar-se à luz com as variadas cores,
Brancas, verdes, azuis, rajadas e amarelas.

Num sereno rumor indistinto, cortando
O ar de aromas que vêm das plantas saturado,
Vejo às vezes passar o fugitivo bando
Várzea ao longe, estendendo o voo prolongado.

Umas rente vão à crômula das folhas,
Outras voam mais alto, entrefechando e abrindo
As asas, outras vão do rio acompanhando as bolhas,
A água, a pena erradia e as espumas seguindo...

Té que em meio de um vale onde a corrente brame
E revôlta borbulha e rodopia inquieta,
Em suspensa coluna o selvático enxame
Baila e tremem do sol a carícia secreta...

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