A morte vem de barco,
Breve e ligeira,
Silenciosa como o ar,
Transparente e clara,
Acabou de chegar;
Chegou aos nossos ouvidos,
Molhou nossos olhos,
Fechou nossas almas;
Prantos e choros,
São linguagens cotidianas,
Flores e cemitérios,
Funerárias e papa-defuntos;
A morte é o conjunto,
É só e solitária,
É certa e errada,
Mete medo em todos,
Não livra a cara,
Não perdoa ninguém,
Chegou a vez,
Não esperneia,
Feche o guarda-chuva,
Abotoa o paletó,
E vamos nessa;
Se sobe ou se desce,
O elevador ninguém conhece,
De lá nunca voltou,
Se é bom ou ruim,
Só mesmo ao conhecer a morte,
Frente a frente,
E tentar botá-la para correr.
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