A fera da Penha;
Lá vem a fera da Penha,
A espumar ódio pela boca;
Pegou a menininha no colégio;
Na sacola um litro de álcool;
No coração um amor desiludido;
Levou a menina para o matagal;
Na alma o abandono,
A solidão do amor perdido;
Cega pela vingança;
A covardia de não ter a coragem;
De ferir a quem a feriu;
Banhou a criança com o álcool,
Ateou o fogo,
Taninha de cinco anos,
Virou uma tocha,
Ardeu em brasas,
Virou cinzas;
A fera estava feliz,
Estava vingada;
O homem a quem amava,
Pagou com o sacrifício da própria filha,
As poucas horas de amor e gozo,
Que passou com tão vil mulher;
Lá vai a fera da Penha;
No semblante carrega o ar
Do dever cumprido;
A mãe chora e grita,
Um choro lancinante:
Pelo menos um fio de cabelo de
Minha filha, quero para fazer
Um enterro digno, diz ao pai infiel.
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