Coryplospingus pileatus
Era o nome duma ave
O abre fecha
Que hoje fecha
Não abre mais
O medo que carrego
Nem com o instrumento
Para forçar a abrir a boca
Vai-me fazer falar
Abre-boca muda
A covardia que trago absurda
Passa pela declaração emocional
Ou desabafo pela retratação
Da penosa situação reprimida
Por ser conscientemente
Intolerável e aceito
É o efeito terapêutico
Da ab-reação produzida
Pela expansão das minhas emoções
Angustiosas extremas
Ansiosas compulsivas a libertar-se
Só com muito abre ambrazô
Muita cachaça ambrozô
Tira-gosto de abrazô
Comida de origem africana
Em forma de pequenos bolos
Feitos de farinha de milho
Ou de mandioca azeite de dendê
Pimenta outros temperos
Fritos no mesmo azeite
Para me fazer esquecer
Afogado até a alma
A suspirar a soluçar
Até o espírito solucionar
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