Todos nós somos abugrados
Descendentes de bugres
De índios de negros escravos
Não adianta o destino abulado
Selado com bula ou selo de
Chumbo a nossa verdade não
Pode ser escondida ninguém
Pode abular a história adquirir
Um outro caminho para a saga
Do povo brasileiro ninguém
Deve desconhecer o nome
Com que os tupis-guaranis
Designavam os padres
Da Companhia de Jesus
Abuna abaruna abaré a
Abunã em abundeza iguaria
Que se prepara no Amazonas
Com os ovos de tartarugas
Todos nós somos obrigados
A deixar a continuidade
Da abundidade no Amazonas
Ao não mexer em nada
Ao não entregar nada
Ao preservar guardar tudo
No fundo do nosso coração
Do jeito que anda o fim abundoso
No desmatamento abundosamente
Na devastação amanhã não teremos
Nenhuma folha ara servir de consolação
Abundantemente imploro não deixai acabar não
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