Augusto dos Anjos, Homus Infimus; BH, 030202012.
Homem, carne sem luz, criatura cega,Realidade geográfica infeliz,O Universo calado te renegaE a tua própria boca te maldiz!O nôumeno e o fenômeno, o alfa e o omegaAmarguram-te. Hebdômadas hostisPassam... Teu coração se desagrega,Sangram-te os olhos, e, entretanto, ris!Fruto injustificável dentre os frutos,Montão de estercorária argila preta,Excrescência de terra singular.Deixa a tua alegria aos seres brutos,Porque, na superfície do planeta,Tu só tens um direito: — o de chorar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário