domingo, 24 de fevereiro de 2013

MIKIO, 58; BH, 0230202013; Publicado: BH, 0240202013.

Mandaste umas letras pesadas para
Mim não havia necessidade
Dessas letras tão pesadas formaste
Palavras duras a concretizar os
Meus ouvidos deste-me um soco na
Boca do estômago que me fez
Vomitar a tua comida deste-me um
Murro em cheio no meu rosto que
Deixou-me tão desfigurado que
Perdi a semelhança contigo não
Ficaste satisfeita deste-me um chute
Certeiro no saco que rastejei-me réptil
Enrosquei-me na poeira feri-me
Nos paralelepípedos da rua penso
Que agora estás vingada recebida
Paga ou inda queres mais? ou não
Ficaste satisfeita? estás muito necessitada
Disso? não tens paciência nem o
Perdão do qual tanto enches a boca
Em tua oração? quando orares não
Uses essas letras tão pesadas sombrias
Quando rezares não pronuncies essas
Palavras tão duras fenecidas penetrantes
Punhais afiados facas amoladas esses
Facões da tua língua ferina malina
São capazes de cortar ao meio
A linha do horizonte por ali pode
Escapar os sonhos as esperanças
Não consigo me ver livre libertado
Deste peso nas minhas costas faz de
Mim um corcunda mas não é o
Defeito congênito é a dureza dessas
Letras é o peso dessas palavras
Malditas ditas de boca tão santa
Pronunciadas por alma tão cristã
De alma tão bem dita

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