Se passasse os meus curtos dias
A correr atrás das saias da alegria
Não teria a cultura que tenho hoje
Se me considero modestamente possuidor
Dalguma cultura geral humana
Dou graças a Deus pelo meu conhecimento
Por minha sabedoria de vida sobrevivência
Por meu desenvolvimento pessoal intelectual
Dou graças a Deus mesmo sem me envergonhar
Por uma vez em que estava num bar com um casal
A mulher preferiu o outro preteriu a mim
Inda falou que não sabia transar
Que não sabia fazer amor por ser
Muito intelectual lido que quem lia
Não sabia satisfazer uma mulher na cama
Completamente doida tal uma outra que aconteceu antes
Que se soubesse que fosse tão ruim assim
Não teria nunca tentado ir para a cama
Em companhia de tão mal fodedor
Ambas penso que estavam com a razão
Ambas falaram a verdade reconheço
Que em muitas vezes aborreci mais as mulheres
Do que as satisfiz penso que hoje a
Que vive comigo finge mente
Nem sei o que a mantém ao meu lado
Juro porém que não é o que vem ao caso
O que quero mesmo é criar
É pensar escrever o que penso
É me inspirar em algo fazer poesias
Fazer poemas odes elegias
Colaborar dalguma forma com a cultura
Com a formação da literatura da boa
Composição que fortalecerá fortificará
O complexo mental de todos que estejam
Ávidos por leitura por criatividade
Para mim não terá mérito maior
O dia em que for reconhecido
Como um componente querido do grupo
Que realmente faz cultura faz algo pela
Cultura aqui no coração do Brasil
O meu maior pagamento será o reconhecimento
As leituras dos eventos que deixo
Para análise daqueles que se interessarem
Em corrigirem os meus erros de português
Adaptarem as verborrágicas os vernáculos
Para a gramática correta sem erros
Pois a única coisa que realmente me
Envergonha são os erros que cometo
Nesta famigerada língua lusitana
Que me perdoem Camões o Fernando Pessoa
Falo mal porcamente ainda escrevo
Pior mais errado por não gostar nem aceitar
A língua da minha colonização
Não quero ser um novo Policarpo Quaresma
Não quero defender a implantação do Tupi
Mas os crimes as covardias as explorações
Que os portugueses fizeram em nossas terras
Aumentam mais ainda a abominação
A indignação que sinto
Sem falar na escravidão no tráfico
De negros vindos d'África que Portugal
Demorou em aceitar a abolição
Até hoje sinto que o Brasil não é meu
Até hoje sinto que ao existir ou não
Tanto faz para as pessoas que ficam a saber
Que sou um brasileiro um cucaracha um macaquito
O que Portugal deveria fazer mesmo era
Devolver centavo por centavo de todo o roubo
Tin tin por tin tin de tudo que até hoje
É levado do Brasil para lá
Até hoje mantêm monopólios aqui
Mantêm times de futebol casas de festas
Lá nunca conseguimos nada
Somos a eterna colônia
Este é o meu nojo maior não vejo
Porque essa idiotice de comemorar os
Quinhentos anos de descobrimento do Brasil
Algum dinheiro alguém está a levar para
Fazer tanta propaganda tanta ênfase numa
Festa que nada tem a ver com os brasileiros
Quem deve comemorar muito é Portugal
A elite a burguesia portuguesas que sempre
Comeram beberam arrotaram com as nossas riquezas
Para mim o que quero é a independência
Desses costumes a liberdade desses hábitos
Que nos foram impostos até hoje digerimos
É por isso que é preciso crescer
É preciso sair deste involucro maldito
Desta herança espúria sem escrúpulos
Que nos acompanha que nos força
A levá-la para nossos túmulos
É isso que quero romper
É esse grilhão que quero quebrar
Viver eternamente amarrado às caravelas
Aos navios negreiros às carnificinas
Cometidas através da história por
Esses que se dizem nossos descobridores
Se pensam no direito de nos gozar
De nos zombar rir na nossa cara
Nenhum comentário:
Postar um comentário