Tenho uma pedra que não é fundamental não é filosofal
Filosófica pousada no alto da minha cabeça é
Uma pedra que pesa bem muito mais
Do que todas as toneladas existentes
Nas composições do mundo do universo
É uma pedra que achata a minha cabeça
Esmaga o meu cérebro minha mente
Esmigalha a minha memória
Tenho uma pedra bruta dentro de mim
Que não é um diamante não é sequer uma pedra preciosa
Quiçá uma pedra semipreciosa
É a pedra que mata o meu ser
Aprisiona o meu espírito
Tira totalmente da minha alma
A paz tão esperada vindoura
A pedra da minha vergonha
Do meu medo da minha timidez
É a pedra da minha ignorância
Conhecimento sabedoria
Que me torna um energúmeno eterno
Um infinito apedeuta mentecapto piegas
É a pedra da minha mentira
Falsidade falta de realidade
Que destrói em mim duma vez
Todas as concordâncias possíveis
Nominais verbais pronominais
As concordâncias impossíveis
Que mesmo as licenças literárias
Seriam possíveis aceitar
A pedra do meu fingimento cotidiano
Onde tenho que me alimentar de ilusão
Mentir enganar para sobreviver
Ser feliz sorrir sem chorar me faz
Lamentar o meu azar falta de sorte
Lamentar o meu sofrimento sem ao menos
Procurar vencer a dor sair da inércia
Sair da preguiça do desânimo desolador
Expor minhas vísceras extremas
Ao pensar a mostrar ao mundo
A exteriorização das minhas trevas interiores
Dos penhascos que tenho que transpor
Dos abismos precipícios que trago
Dentro de mim donde a luz não
Escapa como se fosse um buraco negro
Abominável homem das sombras
Covarde medíocre imbecil
A agir às escondidas soturnamente
Ectoplasma de assombração fantasmagórica
A espreitar as vítimas traiçoeiramente como
Espírito perdido diabólico
A agir contra todos que buscam
Simplesmente vida a felicidade
A agir contra todos que só querem
Fazer o bem espalhar a harmonia
A irmandade a boa convivência
Entre os seres da humanidade
É isto que acontece comigo
Uma alma afogada que foi amarrada
Com uma pedra pesada no peito
Lançado às correntezas
A pedra da indiferença do desprezo
Que nos faz virar o rosto para
O outro lado da ferida que expõe a
Nossa fraqueza em carne viva
Sangue fresco da nossa hemorragia;
Quem dera pudesse um dia
Pulverizar esta vil pedra em pó
Fazer desta serpente pedra em poeira
Desta pedra réptil em fóssil raro
Que não fosse facilmente encontrado
Considerado desaparecido sumido
Que não aparecesse assim tão vulgarmente
Em qualquer cabeça de espírito fraco
Muito menos espírito flácido frágil;
Chama de vela à força da procela
Igual este que trago guardado
De tão esfacelado destruído
Que não deixo nem aparecer
À fachada da janela dos fundos
Como ser sujo imundo
Não chego a convencer a ninguém
Das minhas pureza veracidade
Das minhas existência autenticidade
Todo mundo me ver como um cadáver
Putrefato fora do formol de conservação
Sem identificação e número de informação
Todo mundo me ver como se fossem cegos
Surdos mudos não tivessem narizes
Para os gases que expilo da fermentação cadavérica (1)
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