domingo, 23 de novembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 7; BH, 0110802012; Publicado: BH, 02301102014.

Para que pensar em pessoas que não pensam?
Melhor pensar nas palmeiras tamarindeiras
Pensar nos coqueirais nas amendoeiras
Para que falar com pessoas que não falam?
Melhor falar com as pradarias falésias
Falar com as pedreiras desfiladeiros
Para que viver com pessoas que não vivem
Esperam vida após a morte?
Melhor viver com os mortos
Viver com fantasmas espíritos,
Ectoplasmas almas
Para que teimar com quem esquece
Os princípios os provérbios
Os salmos os hinos os cânticos?
Melhor teimar com os rios
Teimar com os mares
Com os peixes que vivem neles
Para que auscultar corações que não batem
Não disparam nem reverberam?
Melhor auscultar o oculto
Sondar o insondável
Perscrutar o imperscrutável
Para que conhecer o que não é engendração?
É melhor ser um mentecapto
Um energúmeno do bem
Bom que não seja mau para ninguém
Para que torcer para o fim da maldade
Com aquele que não quer o fim da maldade
Mesmo assim inda pensa que entrará
Nos reinos dos céus os outros não?
Para que pregar o fim da estupidez ignorância
Se não queremos deixar de ser estúpidos
Não queremos deixar de ser ignorantes?
Continuamos bizarros mórbidos
Com pensamentos perversos atitudes
Comportamentos de hipócritas
Para que a luz se persistimos nas trevas?
Vou ouvir os pássaros as abelhas
Ouvir o farfalhar das folhas
Vou aprender com os urubus o mais
Elevado desprezo pelas coisas boas
Pelas carnes frescas voar bem alto

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