quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Alameda das Princesas, 756, 101; BH, 0300902012; Publicado: BH, 0150102015.

Alguma coisa há que não sei explicar
Que nos faz passar no meio das feras
Sem as feras nos atacar alguma coisa
Há além do longe nos rostos presos
Nas paredes nos muros nas folhagens
Alguma coisa há imagens não sei se
É Deus não sei se é o acaso se é a
Sorte que nos faz passar entre os
Lobos ou não estão famintos ou
Alguma coisa há somos feitos de
Terra levantamos do chão os
Elementos entram nas composições
Dos nossos organismos as matérias
Nos formam com as suas moléculas
Seus átomos suas partículas os
Seres nos habitam habitamos os
Seres se num dia somos homens
Num outro não somos mais alguma
Coisa há por trás das coisas ouvimos
Vozes ouvimos nos chamar naquelas
Silhuetas naqueles simulacros que
Habitam a penumbra alguma coisa há
Nas sombras um aspecto um vulto
Um perfil não sei explicar mamãe me
Falou que é Deus minha avó que era
Assombração meu avô Lampião
Porém alguma coisa há lá onde o
Tempo nasceu uma distância que não
Se pode alcançar calcular dizem que
Leva-se uma eternidade para se chegar
Lá no dia em que comecei a ir no dia
Em que nasci inda não cheguei nem
Sei se chegarei não sei o que há mas,
Alguma coisa há verei no dia que terminar

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