Para quem não é o quem para o
Que não é o que a vida deflora a
Morte a morte estupra a vida para
O tempo que não é o tempo a hora
Sem minuto o minuto sem segundo
Universo sem mundo para o homem
Que não é homem para a mulher que
Não é mulher não vale nenhum dos
Nomes o nome que não é o nome
Para o ontem que era o hoje para o
Hoje que era o ontem o amanhã é
Para o que não é o amanhã o livro é
Palpável papiro de folhas de fibras
Palmas para o que não está escrito
É o escrito que não foi dito quem
Quiser escreve quem não quiser
Não ler a escrita não é literatura
A literatura não é a escrita o que
É não será escrito só quando o
Destino vier consumar a
Reminiscência alterar a cadência
No contrapé do compasso da
Batida do coração o pé de vento
Segurar com a mão alçar voo
Da imensidão mirar a mais alta
Dimensão a sorte é um invento
Que quem inventa pensa que
Pode inventar o azar é uma
Desculpa de quem não sabe
Inventar para aquele que não
É aquele deixará um dia
Transparecer a outro dia uma
Noite engendrar a outra noite com
Uma madrugada intrínseca no útero
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