Deixarei meu estômago roncar bem de fome
É só quando sente fome muita fome que o
Homem percebe que não passa de homem
Quando está com a barriga cheia com a cara
Cheia o homem se sente um deus se passa
Por herói super-homem deixarei meu
Estômago vazio por uma boa parte do dia é
De barriga vazia que poeta chora poesia
A poesia que não for chorada com dor é
Poesia que não tem valor poema parido só
Em parto de risco a ponto de para nascer
Matar a mãe o pai a si mesmo deixarei
Meus olhos verterem quando não houver
Mais lágrimas olharei para o sol de olhos
Arregalados para acabarem de ser secados
Meu sangue que não é sangue real não é
Sangue azul é artificial deixarei jorrar nesta
Hemorragia ao escoar a última gota usarei
Pena de caneta para fazer o meu testamento
Cada letra vale uma pérola cada palavra vale
Um diamante meu cadáver não valerá um
Quilate do ouro mais vil ou do ouro de tolo
Se conseguir chamar a atenção para a falta
De atenção com as coisas da vida serei um
Morto realizado um defunto profundo no
Fundo duma cova de sepultura sem lápide
De identificação epitáfio aqui jaz um anão
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