A pior coisa para um embriagador
Crônico é a lucidez o bêbedo foge
Da sobriedade do discernimento
Ser lúcido para o bêbado é morrer
A pior coisa para um viciado é a
Abstinência é ficar normal
Ter que enfrentar a luz do dia
Beber água fresca de riacho molhar
Os pés no regato tomar banho
De ribeirão mil vezes o hospício o
Hospital psiquiátrico o sanatório o
Manicômio a prisão para loucos
Agressivos os reservatórios para
Maníacos mil vezes confinado
Em solitária a ser servido à hora
Para embriagar-se enlouquecer-se
Estupidamente mais é bizarrice ser
Racional é bisonhice possuir razão é
Morbidez ter percepção é decrepitude
Ter intuição o aloprado não quer raciocínio
Dialética ética diálogo quer é ficar inebriado
Louco de tanta mudez alienado
Surdo a tudo de tanto escutar os
Gritos de esperança de salvação
Descarta a boia jogada prefere
Morrer afogado pois a pior coisa
Para um embriagado é a descoberta
De que é um livre pensador odeia o
Pensamento livre detesta liberdade
Opinião própria mente sã obtuso
Quer a obtusidade absurdamente a
Absurdidade obtusamente não
Deixa o desassossego por nada as
Letras ferem-no as palavras sacrificam-no
Realiza-se ao saber que mais um gole
Será a gota fatal para o afogamento no
Próprio vômito pede mais um gole
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