Aonde andará minha obra-prima?
Em qual espaço sideral nascerá?
De qual universo será matéria cósmica?
De qual caos será antimatéria?
De qual sublime mundo
Virá a resgatar-me do submundo?
De qual estado maravilhoso
Maravilhada será a minha revelação?
De qual ponto imenso?
De qual densidade sem fim virá a
Minha obra de arte para mim?
De qual óleo sobre tela
Pontuarei nas belas artes?
Preciso desempenhar meu papiro
Meu pergaminho histórico
Meu papel de protagonista
Meu manuscrito erudito
Minhas tábuas de parábolas
Minhas pedras preciosas cuneiformes
Minhas flores raras fossilizadas
Minhas folhas petrificadas
Diamantes dos choques entre galáxias
Agulhas imantadas no caos do nascimento
De constelações
De vertedouros
De sorvedouros de estrelas
Coordenarei as coordenadas
Cruzarei as paralelas emparelhadas
Nas relvas whitmanianas
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