O teu cheiro desobstruiu-me até as artérias
O teu suor temperou as minhas insossas carnes
A tua seiva matou a sede do meu coração
O teu amor a fome da minha fome
Mulher fizeste-me homem homem te fiz mulher
Cantei bêbado a madrugada inteira como
Se o amor não fosse feito para pessoas lúcidas
Seres sóbrios almas refrigeradas meus
Canais ferveram meus vulcões entraram em
Erupções lavas de prata às margens serenas de
Serenos regatos tranquilos riachos
Paz de profundos ribeirões veredas vertentes
Nascentes mananciais nasceram dos nossos
Ais jurei com lágrimas que não queria mais
Amar a ninguém ressuscita em meu
Peito o sentimento que havia escondido
Demais o fogo da paixão tornou-se aceso a
Incendiar o meu tição sentir arder em brasas
Vivas de zimbro o meu torrão vi a
Verdade suprema a sair de lábios que
Eram mentirosos de língua enganadora
O velho Corvo de Poe que pousado em
Meu ombro vergava minhas costas
Voou para as distantes encostas a grasnar
Imprecações noutras direções ergui a
Minha cruz à frente de mim livrei-me das
Maldições hoje mulher longe das pessoas
Nefastas outro homem numa única noite a
Exaltar-te em altares a erguer colunas eternas
Com o teu nome meu sangue flui arterial
Nas veias do organismo universal
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