Carcomido pelo tempo roído pelo destino mastigado pelo sistema
Digerido pelo estado explorado escravizado o que resta ao
Infeliz? suicídio moral? fim da existência? procura uma porta
Procura uma saída o que encontra? lixo de vida lixo de luxo
O indivíduo descartável vaga de vaga em vaga não preenche uma
Vaga um vazio queda-se despido num canto de jazigo sem
Máscara mortuária santo sudário santo graal é crucificado sem
Vestígio algum perdeu até os números que ganhou quando nasceu
Natimorto animal exterminado desgarrado da fauna universal
Renegado excomungado da flora sideral um astro fora de órbita
Sem rota definida itinerário estabelecido indefinido choca-se contra
A vida abre o corpo à morte por onde sucumbe o espírito
Mórbida é a alma bizarro é o ser ninguém o reconheceu numa
Obra de suas mãos é estigmatizado amaldiçoado tatuado com os
Sinais de Caim só queria um tal de lugar ao sol expuseram-no
Tanto que pegou câncer de pele ao esperar a porta abrir para
Desfrutar de sombra água fresca sem estar ao pé da cruz sem
A rica fonte a correr franca salutar não será enterrado salvo
Além do rio a soluçar dava longos suspiros tão profundos que
Cortaram-lhe as artérias o ar que foi soprado de veia em vaia
Causou-lhe embolia do corte na traqueia vazou o sangue
Em hemorragia sangue pisado de orgia sangue de suruba
Rejeitado por ser venoso coagulado contaminado sangue
Menstrual reciclado artificial untado de azeite de virgem
Óleo ungido de banha gordura entupiu a utopia grande heresia
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