terça-feira, 6 de novembro de 2018

Este canto é para dançares na desolação; NL, 0120302010; Publicado: BH, 0190502010.

Este canto é para dançares na desolação
Quando o vento não estiver mais ao
Teu lado o luar cada vez mais
Distante o sol mais frio o universo
Vazio este canto é para dançares
Não rias não mostres os dentes
Que cairão ficarás banguela
Na tua devastação não pares
De dançar não pares de cantar
Trovejes por cima das cabeças medíocres
Relampejes por cima dos pescoços
Medianos dispares teus raios
Nos cantos nas canções nas danças
Como se fosses um deus pagão
Profano beberrão glutão nu faças
Levitação saias do teu corpo
Navegues tal qual a Nau dos Argonautas
A Catarineta ou as demais que
Cruzarão os mares eternais
Dispa-te da tua pele o aracnídeo
Faz assim o réptil também fiques
Na muda hiberne até chegar o
Verão ao chegar a chuva lavas
A tua carne viva seca-te ao
Sol outra cascadura cobrirá teu
Corpo outra armadura esconderá
Teu rosto dançarás hipnotizado
Como numa tela surrealista
Suspenso nas paisagens levado
Pelas aragens envolto outra vez pelos
Ventos que uivarão para ti cantarão
Gritarão mais do que legião
Não os desejará mandá-los para
A vara dormirás embalado pelos
Uivos sonharás pelos lugares aonde
O vento te levará de mansinho

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