Pisou devagar como se pisasse descalço
Em cacos de vidros andou como se
Pisasse em ovos não falou sussurrou
A sua sombra era uma névoa tênue
Não olhou cerrou os olhos como quem
Dorme concentrou meditou se sentiu
Tão leve que planou voou pelos ares
Com seus ossos pneumáticos flamulava
Livre do mastro acenava dava adeuses
Dizia até logo tchau abençoava
Achava que era anjo batia asas
Iluminava a escuridão fechou
Os olhos no breu não teve medo
Do que viu a covardia se escafedeu
Pela porta do horizonte chegou
Ao alto do monte viu rolar os
Ventos ficou atento teve alento
Flamejava nada de fogo ou combustão
Abria a mão que estava sempre
Cheia nunca era vazio ou oco
Não conhecia o vácuo não sabia
Da existência do nada cantava
Nadava dançava se era gente de
Verdade quem saberia? se era duende
Ou fantasma sentia nostalgia
Saudades dos tempos pura melancolia
Perambulava macambúzio nunca
Casmurro não agonia angústia
Ou depressão convencia sempre
Com serenidade calma tranquilidade
De voltar com os pés no chão longe
Do estado onírico era afirmação
No peito batia retumbante aquele
Coração que antes era um livro na estante
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