E agora estou aqui bem distante de ti
E estendido no chão não sei levantar a mão
Para pedir perdão se tranquei meu coração e
Esqueci a chave no sótão e o segredo da porta
Do porão e ao me veres com fome não me dês
Um pedaço de pão e faças com que a minha
Palavra seja em vão e não me esperes no
Salão e não por acaso digas a todo mundo
Que sou um vilão e que não tenho consideração
E que não tenho noção e que não sei o que é
Razão e nem percepção e que não tenho
Intuição e sei que não será uma judiação pois
Sempre fui uma perdição e só espalhei
Maldição e quebranto e espinhela caída e
Caxumba e cobreiro e não curei com prece e
Nem com oração e o meu corpo continuou
Com coçeira e não ficou fechado e virou
Morada de assombração e agora não sei o
Que faço da vida com a morte no meu cangote
A dizer que sou forte e a fazer de mim um
Alazão só que um alazão com aleijão e que
Não trota cadenciado e só entra pela contramão
E joga tudo que está em cima no chão e
Esquece o amor na solidão e deixa a paz na
Sofreguidão e tudo por causa dum coração
Ermitão e um planeta sem rotação e sem
Translação e um astro fora de órbita e o
Buraco negro é a única direção.
BH, 08090402020; Publicado: BH, 0230502022.
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