Quereis saber duma cousa vou largar a caneta
E deixar a mão como se a mão estivesse decepada
E se por conta própria a mão pegar a caneta de volta
E sozinha começar a escrever nesta folha de papel
Não terei responsabilidade nenhuma sobre o que
Esta mão defunta de assombração registrar necrofilamente
Enquanto delírio no subinconsciente e de
Pano de fundo de parede de quarto imundo
De casa mal assombrada de rua de canto
Ou de encruzilhada de bairro suspeito e
O réquiem toca feito um rock n'roll de
Havy metal na receita sexo e drogas e de
Arranco e convulsão sai do controle a mão
E foge inusitadamente universo a fora e
Faz da esferográfica um foguete interestelar
Ou uma nave espacial movida a âmbar ou
Um antigo e velho disco voador ou um
Satélite espacial de última geração e sem
Turbinas e sem motores e sem rotores e
Sem combustível e ultrapassa a velocidade
Da luz e dá dez mil voltas em cada um dos
Infinitos dos universos infinitos e volta
Carregada de versos e a pena vira uma
Varinha de condão imantada de material
Desconhecido e que faz riscos e rabiscos
E garranchos e borrões e separa mundos
E liga universos e secciona átomos e solda
Partículas e pulveriza montanhas e ergue
Dunas e levita cordilheiras e transforma
Pedreiras em diamantes e é uma mão de
Dante e hora é uma mão de Midas ou dum
Aleijadinho e para trazê-la à ponta do braço
Maneta novamente depois de tantas travessuras
Ok está para se ver nem o Saci Pererê.
BH, 090402020; Publicado: BH,0240502022.
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