E para onde vou olhar com estes olhos que não são os meus
E cadê os meus olhos que estavam aqui e qual o gato que os comeu?
E quero os meus olhos de volta mesmos cegos não me importa
São cegos mas eram meus e os olhos que tenho agora não são
Os olhos com os quais via outrora e olho com olhos de defunto
Desconhecido e vejo tudo entrevecido e a luz parece
Um manto de ébano e os vultos silhuetas de carvões de carvalhos
Que algum menino preto de rua preta rabiscou no muro preto
E correu da polícia que mata pretos antes de ser assassinado
Ali mesmo na esquina e o polícia ser aplaudido pelo povo
Que tem sede de sangue infantil preto e alguém viu um par
De olhos cegos que vagava perdido no caos urbano a procurar
Uma imagem real perfeita e sublime e suprema e a que via
Era só de monstros que metiam medo em criancinhas e
Eram monstros que já haviam sido banidos dos sonhos e pesadelos
Dos menininhos e das menininhas em suas historinhas pueris
E que agora voltavam como nos velhos tempos de horrores e terrores
E de dissabores e de temores e poucos são os salvadores desses órfãos
E dessas órfãs em orfanatos abandonados e
Aos monturos e murundus os bois das caras pretas
Ainda metem medos nos olhos de olhares assustados
Que anseiam por bonança e quando se abrem estão é no olho do furacão.
BH,090402020; Publicado BH, 0250502022.
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