Manuscrito de papiro transcrito de pergaminho encontrado no Mar Morto do meu coração
De cordeiro de Teócrito com cabeça de fauno no cepo a espera do golpe do cutelo do carrasco
Que a mando do sacerdote decepará a carne do cerne do pescoço para o corpo de cordeiro ser oferecido
Aos deuses desconhecidos e sem fiéis e o braço do algoz está suspenso apenas pendido pelo universo
E só à espera do sopro do vento que inflará a vela que levará o espírito à eternidade deste escrito sobrenatural
De letras de assombrações e palavras fenecidas de entidades e de seres perecidos nas rochas das ruínas milenares
Que o tempo transformará em areia de desertos de exoplanetas que escondem sombras nas penumbras
Habitadas por átomos de partículas de moléculas de matérias de esqueletos teimosos e caveiras rebeldes
Que se reverberam por reencarnações das mesmas carnações podres do pântano do lago morto onde navega
A embarcação do barqueiro que transporta as almas para o despenhadeiro onde ancorou o meu coração
E de repente o universo soltou o braço pendido do demente e o cutelo desceu pungente sedento de sangue
Para matar a sede do Mar Vermelho e se reuniram os sátrapas sacripantas e os sábios e os filósofos e
Disseram o cadáver vomitado na praia do Mar Mediterrâneo e nas junções das placas tectônicas de todos os mares e oceanos
Sagrados e onde os justos andavam em sagração sobre as águas e a justiça da liberdade era trazida pela maresia da brisa.
BH, 02701002020; Publicado: BH, 0210602022.
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